Ponderox High Grill
“Highs and Lows”
Por uma coincidência dessas da vida, na última semana a poderosa Luciana Fróes (vá escrever bem assim lá em…), em sua crítica do Rio Show, visitou um velho conhecido, o Ponderox High Grill. Mesmo com o risco de soar “Maria vai com as outras”, já tinha preparado para publicar aqui as minhas últimas impressões da casa. E se for pra seguir a onda de alguém, porque não de alguém que a gente realmente admira? Mas o caso é que foi acaso. O Rio Design da Barra é praticalmente a área de lazer do meu chateau (meu simpático quarto e cozinha). Vou a pé e, invariavelmente quando estou no clima de carne, é no Ponderox que me farto. Desde a sua inauguração. Graças também ao lado carnívoro da Vó Tatá, que virou fã de carteirinha.
Agora é que o bicho vai pegar. Diferente da respeitadíssima jornalista que comeu e bebeu bem, no mais perfeito clima uruguaio, minha refeição não foi das melhores. Mas não vale, ainda, crucificar a casa. Seu histórico ainda conta pontos a favor, mas a tendência de queda na qualidade preocupa. Bem no comecinho a proposta era ser uma versão mais chique e menos caótica do meus-deus-como-isso-tá-cheio Outback. Carne corretas, temperadas sutilmente, grelhadas ao ponto perfeito e acompanhamentos simples. O T-Bone foi o suficiente para me conquistar. Aí vieram as modas, os menus executivos, os cortes exóticos e a inconsistência. Salvou-se apenas o festival de queijos, onde provei verdadeiras maravilhas, direto da grelha.
Em minha visita mais recente a coisa ficou feia. Com o perdão e a licensa de Luciana Fróes, estava mais para churrasco paraguaio do que uruguaio. O couvert, que sempre foi um dos pontos altos da casa, vai ladeira a baixo. Os azeites temperados, as pastinhas saborosas evaporaram. O queijo coalho, requentado e borrachudo. A lingüiça (com trema é mais gostoso), essa se salva. Continua tenra, saborosa e defumada na medida. O menu de carnes é verdadeiramente o grande carro chefe. Há também outras opções de pratos que saem da cozinha, mas, sinceramente, ninguém vai a uma churrascaria a la carte para comer macarrão. Então, atenha-se ao plano principal. Já tinha algum tempo que me tentava o kobe beef da casa, a versão uruguaia do já folclórico boi japonês que produz uma carne deliciosamente marmorizada, macia e saborosa. Fui de bife de tira, idéia já sulamericana de um corte da costela.
Expectativa alta é o pior tempero para qualquer refeição. O mínimo deslize pode signifcar uma fracasso retumbante. E a casa já andava fraquejando na qualidade há um tempo. Tudo dependia do boi mimado. O corte veio à mesa fumegante, numa chapa de ferro em farta porção que daria facilmente para duas pessoas. Não preciso nem dizer que a boca encheu de água na hora. Os acompanhamentos simples são sempre convidativos. Pedi fita crocante de baroa (um chips ao comprido) e arroz ponderox (arroz jasmin com castanha de caju, bacon e petit pois, meu favorito). Primeiro corte na carne. E a prometida maciez ficou na promessa. Primeira garfada. E o sal estava pra lá de exagerado. Cheguei a pensar em mandar voltar o prato. Mas tinha hora pro cinema e preferi encarar até o final, com a esperança de ser surpreendido. Ledo engano. Até a batata chegou fria. Sendo muito sincero, a decepção foi grande, mas o sentimento de perda de ter que alfinetar um dos meus restaurantes mais queridos é cruel. Quando vem a conta, salgada como a carne, um choque de realidade. A crítica é devida. E espero que seja construtiva. Verdade seja dita, numa promessa de High Grill, saí com Low Satisfaction.
Trocando em Miúdos
Ponderox High Grill
Onde: Rio Design Barra, 3o piso
Tipo: Churrascaria a la carte
Comdia: :-/
Ambiente: :-/
Serviço: :-/
Conta: $$$$$
Comida.ladoB 
Prezado Sr. Bernardo,
Meu nome e Juan Daniel e sou o Gestor Operacional da empresa responsável pelos restaurantes Ponderox e Kotobuki.
Gostaria de agradecer a sua preferência pelo nosso restaurante Ponderox assim como suas críticas que com certeza nos ajudarão a melhorar os nossos produtos e serviços.
Para nós é realmente importante contar com a opinião de todos os nossos clientes, e este e o motivo pelo que permanentemente acompanho sempre a operação em nossos restaurantes.
Sinceramente fiquei muito surpreso com seus comentários visto que esta foi a primeira e única vez que um cliente fez uma crítica negativa ao Assado de Tira de Kobe Beef.
Este corte proveniente da costela realmente não se caracteriza pela excessiva maciez, por se tratar de uma costela grelhada sem cozimento prévio más pelo seu sabor marcante. O sucesso deste corte foi tal que os 300 quilos importados acabaram em 45 dias.
Tal como menciona no seu site, a jornalista Luciana Fróes avaliou este e outros cortes, como a Maminha e o Bife de Vacio, como excepcionais o que reflete a opinião da quase totalidade dos nossos clientes.
Gostaria de lhe convidar a visitar novamente o restaurante e solicitar outros cortes, como a nossa Picanha de Kobe Beef, nosso novo corte Baby Beef Premium, ou nosso Mignon ao sal grosso, cortes estes sim que se destacam pela sua maciez além do sabor também maravilhoso.
No caso da Fita de Baroa que o senhor achou fria, gostaria de lembrar que ela é um chip (tem uma área de contato grande com o ar e é extremamente fina assim sendo não há como reter calor), e por este motivo esfria rapidamente, seu diferencial é o sabor e crocância. Aconselho que na sua próxima visita solicite as nossas batatas fritas ou qualquer outro acompanhamento que com certeza chegará a sua mesa bem quente.
Fico a sua disposição.
Atenciosamente
Juan Daniel
By: Juan Daniel on 23/09/2009
at 13:37
Oi Juan,
acredito que sei quem você é pessoalmente, visto que por duas oportunidades quando do festival de queijos do Ponderox foi quem me recomendou diretamente as escolhas. Entendo que o seu papel seja o de zelar não só pela qualidade do restaurante como também pela sua imagem. Como disse no meu post, sempre fui frequentador assíduo da casa desde a sua abertura, e minha crítica não se resume somente à última visita que viz. Foi percebido por mim e mais de uma pessoa de meu círculo familiar ou de amizade (todos apreciadores do Ponderox) que o nível de qualidade caiu.
De todas as questões que você coloca em defesa da casa, talvez tivesse sido muito mais verdadeiro, elegante e eficaz simplesmente ter se desculpado, pois a justificativas são no mínimo estapafúrdias. Se 300 kg foram consumidos em 45 dias, pra mim significa apenas curiosidade. Que o corte que pedi não prima pela sua maciez, eu sei, mas estava fora do ponto e salgado demais. Se você me recomendou pedir outros cortes, devo também pedir outro tempero? E sobre a batata baroa, bem, essa era melhor nem comentar. Se achei fria, então eu que peça outro acompanhameto? Que falta de tato…
Na verdade, acho que eu é que devo lhe pedir desculpas, por ter pedido um corte que não era o mais adequado para o meu paladar, e um acompanhamento que não percebi ter grande superfície de contato com o ar e chegaria fora da temperatura que me agrada. Depois dessa, se um dia voltar ao Ponderox, talvez deva ficar apenas nas lingüicinhas do couvert. Essas permanecem deliciosas.
By: Bernardo Annechino on 23/09/2009
at 21:34
Bernardo,
Parabéns pelo Blog e pelas críticas ao Ponderox. Agora, se o Juan é o responsável pela operação, ele que fique na operação e nunca mais responda a um cliente. O que foi isso?! Francamente, Juan, releia o que escreveu.
O que eu entendi da sua mensagem foi:
– Se você não gostou, é por que você não está a altura do Ponderox. Afinal, vendi 300kg de carne pra outros manés e a Luciana Froes gostou. Se seu chips tava frio, pede outra coisa. E não me enche o saco.
Tenho certeza que não quis dizer isto, mas que pareceu rude, pareceu.
Agora, deixe-me contar minha experiência com o Ponderox. Quem sabe isto não ajuda ao Juan a ter menos certeza de que é infalível e tenha um pouco mais de humildade para resolver questões que devem ser resolvidas.
Na primeira vez que fui, depois de um ano de casa aberta, meu prato estava mal feito e tive um atendimento ruim. Saí decidido a nunca mais voltar, afinal, a comida cara e mal feita e o mal atendimento não me conquistaram.
Mas por algum motivo, depois de um tempo, resolvi dar outra chance ao Ponderox. Não por que a Luciana Fróes gostou da casa, mas simplesmente por que assim quis. E ponto para a casa! A comida, desta vez, estava excelente.
Já o atendimento, mesmo com a casa vazia, deixou a desejar. Foi um caso daqueles clássicos que acontecem com garçons desmotivados. Você olha para eles e eles parecem que viram a cara e olham para o chão. Não foi nada crítico ou que me irritasse. Apenas fraco. Não foi compatível com o preço.
Uma dica, Juan: Além do fato da TV de plasma no jogo de futebol não combinar com um restaurante da faixa de preço do Ponderox, ela faz os garçons prestarem atenção na bola e não nas mesas.
Sendo assim, a imagem que ficou do Ponderox é a de uma loteria. Você pode dar a sorte de ter um prato bem feito e um bom atendimento, mas certamente vai gastar seu dinheiro.
Vou voltar lá, mas será certamente um teste decisivo. Ou saio fã, ou ele entra na minha lista de “restaurantes que nunca mais quero ir”.
Abraços.
By: Bruno on 23/09/2009
at 23:14
Fala Bruno, obrigado pelos elogios e pela força.
Foi como disse no post que originou isso, sempre fui fã do Ponderox. Até eles pisarem na bola. Pô, ele fica a “walking distance” da minha casa e sempre fui assíduo. Concordo com você também na questão da TV. Puta bola fora! Sobre a resposta do Juan prefiro dizer que foi pouco sensível…
abraços.
By: Bernardo Annechino on 24/09/2009
at 12:10
oi juan, como tem gente para falar da vida dos outros. né ???
esse é o tipo de cara que devolve o vinho, que maltrata garçon e nem deixa caixinha.
By: erik on 05/10/2009
at 06:34
Caro Erik,
na verdade eu sou do tipo que trata bem as pessoas para ser bem tratado. Não tenho nada contra o Sr Juan, que aliás sempre foi simpático nas vezes que visitei o restaurante. Sou do tipo que recebe a carne fora do ponto, salgada e dura, mas come até o final, paga a conta, dá gorjeta e agradece. E que não volta mais. Agora, sou também do tipo de pessoa que tem opinião e gosta de dividí-la. E isso sempre foi muito claro, a opinião nessa blog é minha. Não concordou, fique a vontade para comentar. É por isso também que tenho a política de não rejeitar comentários, a menos que sejam ofensivos com o meu leitor.
By: Bernardo Annechino on 05/10/2009
at 18:48
[…] o 3 estrelas Michelin Per Se (veja o post aqui) e só não valeu para o Ponderox (veja a polêmica aqui). Nem deu tempo de esfriar a farofa e já chegava a mesa outro Steak, perfeitamente grelhado e […]
By: Paguei pra ver: Blu « Comida.ladoB on 16/11/2009
at 12:12
Esses restaurante não vale apena comer , as carnes são duras os cortes até no açougue vende , picanha de 5° categoria faz me favor , tem que fechar essa pouca vergonha !
By: Sr pertes on 17/02/2010
at 14:58
[…] local nostálgico onde antes funcionou o finado Ponderox, que gerou muita discussão aqui no blog (veja aqui). Eu cheguei munido de fome e certa dose de paciência. Já sabia que a espera era iminente. Na […]
By: Paguei pra ver: Alessandro e Frederico – Rio Design Barra « Comida.ladoB on 18/07/2011
at 15:54