Risotto de Brie e Morangos
Especial dos Namorados (ou Dia do Cozido, lá em casa)
Ontem foi aquele dia especial, dia 12 de junho. Muita gente chama de Dia dos Namorados, mas lá em casa recebeu uma outra alcunha divertida e com um significado que reflete muito do meu relacionamento com a Patroa: chama-se Dia do Cozido. Nosso relacionamento começou numa 6ªfeira, 09 de junho, praticamente véspera dessa data mágica. Acontece que no dia 12 de junho, então uma 2ªfeira, era o dia que costumava jantar com minha mãe e a Vó Tatá. Resolvi fazer uma surpresa pra eles e avisei maliciosamente que teríamos uma companhia para o jantar, sem dar mais detalhes. Sem saber exatamente quem era, Vó Tatá resolveu impressionar, e totalmente desprovida de habilidades culinárias resolveu apelar para os conhecimentos de sua velha escudeira e “dona” da cozinha, a Nilza, que na mesma hora se dispôs a preparar aquele cozidão do jeitinho que só ela sabia fazer. Carnes e embutidos de qualidade, legumes fresquinhos e aquele caldo riquíssimo que ainda servia de base para o delcioso pirão. Hmmmm…
Mas tinha uma pegadinha. A Patroa seria apresentada naquele dia à minha família, que de nada sabia sobre o início do nosso relacionamento. Chegamos, e ela cheia de cerimônias, cheia de nove horas. Apresentações feitas, aquele papinho m0rno, ameno, e eis que é servido o jantar. Vó Tatá, toda orgulhosa, anuncia, cozido. Nesse momento reparo uma pequena gota de suor encabuladamente escorrendo pelo canto da testa da Patroa. Mas vamos que vamos, eu estava faminto. Como visita, e ainda mais naquela situação em que abraçava o netinho e filinho querido (euzinho) ela estava no pedestal da casa, sendo servida primeiro de uma farta porção, generosa em todos os ingredientes. O papo continuou fluindo na mesa, eu devorando meu cozido, e a Patroa conversando. Uma roída tímida numa espiga de milho, um pedacinho acanhado de paio. E mais papo. Um repolho sendo escondido debaixo do talher, uma abóbora amassada e descartada ao canto do prato… Percebi algo estranho ali.
Vó Tatá, sem nenhuma maldade perguntou: “Você não gostou do cozido minha filha?”
“Na verdade, querida, tô meio sem fome”, respondeu visivelmente constrangida a Patroa.
Ela O-DI-A-VA cozido, como me confessou momentos depois, já a sós no elevador. Caímos na gargalhada. Menos de um ano depois, trocávamos alianças do altar. Hoje, faz de 6 anos daquele despretensioso dia em que não conquistei minha mulher pelo estômago, mas pelo bom humor, marca do nosso relacionamento até hoje. O nome ficou, Dia do Cozido, e a cada dia 12 de junho tentamos comemorar com uma refeição maravilhosa. É minha forma de me redimir daquela noite tragicômica. Ontem o menu foi escalope de foie gras com risotto de brie e morangos. Essa é a receita que divido com vocês agora.
Risotto de Brie e Morangos
Serve 2 pessoas
Ingredientes
– 1/2 cebola roxa picadinha
– 1 dente de alho picados
– 3 clSP manteiga
– 1 xc arroz arbóreo
– 4 morangos grandes picados
– 1/2 xc queijo brie sem casca
– 1/4 xc queijo parmesão ralado
– 1 1/2 xc caldo de legumes
– 1/2 tc vinho do porto
– aceto balsâmico para regar
– tomilho fresco para guarnecer
– sal e pimenta do reino a gosto
Preparo
1. em uma clSP de manteiga, refogue o alho e a cebola em fogo médio alto até exalarem seu aroma, temperando com sal e pimenta;
2. acrescente o arroz e refogue por mais 5 min;
3. aumente o fogo para alto, acrescente o vinho e deixe todo o álcool evaporar;
4. reduza para fogo médio e vá acrescentando o caldo aos poucos, mexendo sempre, até o arroz ficar al dente;
5. some o queijo brie e metade dos morangos e mexa para incorporar bem até que todo o queijo esteja derretido;
6. apague o fogo, some o queijo parmesão, o restante da manteiga, o restante do morango, mexa rapidamente e tampe a panela;
7. prove e corrija o sal, se necessário, dê uma última mexida, distribua o risotto em dois pratos, regue com um fio de balsâmico e salpique com folhas de tomilho fresco.
Toque de Aprendiz:
Outra opção que pode dar ainda mais requinte e profundidade de sabor, é reduzir uma xícara de vinagre balsâmico com 1 clc de açucar em fogo brando até a metade do volume, formando uma espécie de caramelo para regar em fio sobre o risotto.